Foto: Tarcísio Costa |
Em recente viagem à Brasília pude perceber uma cidade ímpar que merece comentários, portanto coloquei-me a disposição de divulgar meu apreço e decepção sobre a capital.
Entendo agora a influência do modernismo de Le Corbusier na cidade a partir de Niemeyer e Lúcio Costa e um pouco mais sobre a funcionalidade do espaço urbano de Brasília para o exercício do poder além do porque de Visentini ter chamado Brasília de Capital da Geopolítica.
A cidade certamente não foi planejada e construída para todos, posso dizer que há uma controvérsia com relação funcionalidade da cidade, pois em seu conjunto tudo deve fluir, e o trânsito é um belo exemplo, visto que as avenidas são largas (extremamente) e os veículos, apesar de muitos, trafegam com uma velocidade nada comum em metrópoles brasileiras. Entretanto os pedestres padecem com o espraiamento do conjunto arquitetônico da capital que parece não ter lembrado dos que dariam vida ao plano piloto onde tudo torna-se distante tanto do ponto de vista físico-territorial quanto do social.
Andar pela cidade é um desafio a resistência e uma verdadeira aventura. São poucos os cruzamentos de vias, quase todas dão giros e mais giros, sobem e descem elevados, passam por túneis para não se cruzarem e poder dar fluxo ao trânsito intenso que dificulta qualquer travessia de pedestres em diversas partes onde não há passarelas, e, mesmo onde há, qualquer forasteiro desavisado pode não percebê-las, pois no plano elas são todas subterrâneas, feitas desta forma para não estragar o visual ícone da cidade. O que mais importava quando da construção da cidade era mostrar o poder do Estado com a nova capital e não as pessoas que morariam ali, ou melhor, a cidade fora pensada para os ocupantes dos altos escalões do governo que possuiriam obviamente seus luxuosos carros para os quais foram projetadas as largas avenidas e não aos transeuntes que se aventuram nos precários ônibus que ligam as cidades satélites e o entorno à Brasília.
A rodoviária.
Ir a Capital e não passar pela rodoviária é tarefa quase impossível, pois ela fica no coração do plano e é de onde partem e chegam ônibus de todas direções da cidade e entorno.
Se você achar que se perdeu, basta saber onde fica a "rodô" como ela é "carinhosamente" chamada ou mesmo subir em qualquer ônibus que ele certamente levará você até ela, e lá você encontrará o transporte que deseja.
Meu apreço pela "rodô" não foi dos melhores, pois atribuí um apelido nada convencional à ela, "inferninho". Mas considero ali o espaço que melhor representa a realidade da cidade, são pessoas das mais diversas orígens que encontramos lá, são goianos, brasilienses, mineiros (esses 3 mais comuns por conta das cidades do entorno) além de paraenses e claro muitos nordestinos.
De pessoas bem trajadas a pedintes e mendigos a rodoviária é um mosaico da capital e de tudo que nela tem, foi lá inclusive que presenciei brigas a 1 h da manhã quando voltava de uma festa ( afinal não sou de ferro e nem todo mundo tem carro ) e dei 1 real a uma senhora que pedia o valor como complemento de sua passagem, fato também muito comum em Belém a pesar da distância. Ah! ia esquecendo... só um lembrete para os desavisados, tome muito cuidado com os pertences quando passar por lá, pois pode voltar para casa sem eles.
Arquitetura
Sem dúvida é um ponto mercante da cidade, porém não espere se encantar, pois não passa de puro concreto que dispensa pinturas e sem acabamento em muitos casos, o ministério da justiça é um bom exemplo de uma bela arquitetura com aspecto de péssimo acabamento que só percebe quem vê de perto.
Ao olhar de longe, o senado é digamos, bonito! porém com maior proximidade parece que o tempo o castiga e que está se desfazendo aos poucos. No entanto a catedral, o STJ e o planalto são dignos de admiração, no mais a arquitetura é singular!
continua.....
Foto: Tarcísio Costa |
A cidade certamente não foi planejada e construída para todos, posso dizer que há uma controvérsia com relação funcionalidade da cidade, pois em seu conjunto tudo deve fluir, e o trânsito é um belo exemplo, visto que as avenidas são largas (extremamente) e os veículos, apesar de muitos, trafegam com uma velocidade nada comum em metrópoles brasileiras. Entretanto os pedestres padecem com o espraiamento do conjunto arquitetônico da capital que parece não ter lembrado dos que dariam vida ao plano piloto onde tudo torna-se distante tanto do ponto de vista físico-territorial quanto do social.
Andar pela cidade é um desafio a resistência e uma verdadeira aventura. São poucos os cruzamentos de vias, quase todas dão giros e mais giros, sobem e descem elevados, passam por túneis para não se cruzarem e poder dar fluxo ao trânsito intenso que dificulta qualquer travessia de pedestres em diversas partes onde não há passarelas, e, mesmo onde há, qualquer forasteiro desavisado pode não percebê-las, pois no plano elas são todas subterrâneas, feitas desta forma para não estragar o visual ícone da cidade. O que mais importava quando da construção da cidade era mostrar o poder do Estado com a nova capital e não as pessoas que morariam ali, ou melhor, a cidade fora pensada para os ocupantes dos altos escalões do governo que possuiriam obviamente seus luxuosos carros para os quais foram projetadas as largas avenidas e não aos transeuntes que se aventuram nos precários ônibus que ligam as cidades satélites e o entorno à Brasília.
A rodoviária.
Foto: Tarcísio Costa |
Se você achar que se perdeu, basta saber onde fica a "rodô" como ela é "carinhosamente" chamada ou mesmo subir em qualquer ônibus que ele certamente levará você até ela, e lá você encontrará o transporte que deseja.
Meu apreço pela "rodô" não foi dos melhores, pois atribuí um apelido nada convencional à ela, "inferninho". Mas considero ali o espaço que melhor representa a realidade da cidade, são pessoas das mais diversas orígens que encontramos lá, são goianos, brasilienses, mineiros (esses 3 mais comuns por conta das cidades do entorno) além de paraenses e claro muitos nordestinos.
De pessoas bem trajadas a pedintes e mendigos a rodoviária é um mosaico da capital e de tudo que nela tem, foi lá inclusive que presenciei brigas a 1 h da manhã quando voltava de uma festa ( afinal não sou de ferro e nem todo mundo tem carro ) e dei 1 real a uma senhora que pedia o valor como complemento de sua passagem, fato também muito comum em Belém a pesar da distância. Ah! ia esquecendo... só um lembrete para os desavisados, tome muito cuidado com os pertences quando passar por lá, pois pode voltar para casa sem eles.
Arquitetura
Sem dúvida é um ponto mercante da cidade, porém não espere se encantar, pois não passa de puro concreto que dispensa pinturas e sem acabamento em muitos casos, o ministério da justiça é um bom exemplo de uma bela arquitetura com aspecto de péssimo acabamento que só percebe quem vê de perto.
Ao olhar de longe, o senado é digamos, bonito! porém com maior proximidade parece que o tempo o castiga e que está se desfazendo aos poucos. No entanto a catedral, o STJ e o planalto são dignos de admiração, no mais a arquitetura é singular!
continua.....